João Ferreira dos Santos, o “João do Ouro”, um dos fundadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na região, foi assassinado a tiros na noite deste último sábado, dia 14 de outubro, no interior do seu próprio sítio, localizado no Assentamento Cruz do Ouro, em Itamaraju, onde morava com sua família. No momento em que foi atacado pelo pistoleiro, que chegou escondendo o rosto com um capuz, a vítima estava em companhia de um filho adolescente, que também foi ferido.
Informações dão conta que “João do Ouro”, nome dado a ele em virtude do assentamento onde era assentado [Cruz do Ouro], logo após ser atingido, ainda chegou a ser socorrido por outro filho, mas morreu assim que chegou ao Hospital Municipal de Itamaraju (HMI), enquanto o filho dele, de apenas 16 anos de idade, permanece internado. A medida adotada pelo criminoso de esconder o rosto reforça a hipótese que ele pode ser alguém conhecido da vítima.
Neste domingo (15), a delegada Rosângela Santos, titular da Polícia Civil no município de Itamaraju, informou que instaurou inquérito policial para investigar o crime. A possibilidade do assassinato possuir ligação com alguma invasão de terra, apesar de ainda não descartada, perde força diante das últimas atividades do trabalhador rural, já que o assentamento onde o mesmo residia e era proprietário de uma pequena gleba, é legalizado há vários anos.
História
João Ferreira dos Santos, popularmente conhecido como “João do Ouro”, era considerado um dos pioneiros do MST na região, tendo participado de ocupações na região de Corumbau, no município de Prado e depois mudou-se para Itamaraju, onde também participou de mobilizações, até firmar-se como assentado no Cruz do Ouro. O sítio de sua propriedade é referência em produção da agricultura familiar.
Por: Ronildo Brito