Em dia de mobilização em Guaratinga, os profissionais da educação filiados a APLB Sindicato Núcleo Garça Branca realizaram uma manifestação pacífica pelas ruas da cidade empunhando cartazes e faixas, além de carro de som. Os manifestantes exigem a valorização profissional e o cumprimento da Lei Nacional do Piso Salarial que se encontra defasado desde o ano de 2019. Até o momento, a atual gestão tem fechado as portas para o diálogo com a categoria e se esquiva sem dar respostas as solicitações do sindicato que promete continuar cumprindo sua pauta de luta.
A concentração dos profissionais da educação aconteceu por volta das 08:00h na sede da APLB, onde receberam orientações dos coordenadores sindicais local e da regional Porto Seguro. Em seguida, a manifestação teve inicio pelas ruas da cidade, com gritos de ordem, cartazes e faixas explicativas, com destaque para uma mensagem que se transforma em um recado claro a prefeita Marlene Dantas: “Professores na rua, prefeita a culpa é sua”. A caminhada teve parada em frente a Câmara de Vereadores, onde a mensagem de luta foi transmitida aos vereadores que se preparavam para iniciar a reunião da câmara. Apenas os vereadores Gean Nunes, Rodrigo Reis e Aparício Lacerda recepcionaram os manifestantes do lado de fora e aproveitaram o momento para declarar apoio a luta da categoria.
A segunda parada foi em frente à prefeitura, onde as reivindicações continuaram. Mesmo sem a atenção da prefeita e vários secretários que se encontravam dentro do prédio, o recado foi levado em alto e bom tom, demonstrando que caso não haja abertura para o diálogo por parte da prefeita, novas ações poderão ser realizadas, inclusive com paralisações e greve por tempo indeterminado até que se tenham uma solução para o problema.
A categoria luta pela valorização dos servidores que abrange: atualização do piso nacional; atualização da tabela de vencimentos dos servidores, nos termos da Lei Municipal – Plano de Carreira do Magistério; reestabelecimento do pagamento dos adicionais periculosidade e insalubridade dos servidores, ante retirados; cronograma do início do ano letivo 2023; cronograma para o pagamento das mudanças de níveis e gratificações; apresentação de relatório ou cronograma de reformas, adequações de escolas do município, merenda escolar, transporte escolar e eleição de diretor e vice-diretor das escolas municipais. Enquanto o diálogo não acontece, os servidores desvalorizados seguem com perdas acumuladas de incentivo e com piso salarial defasado somando um total de 45,18% que os profissionais deixam de receber.
De volta a Casa Legislativa, os manifestantes assistiram a sessão ordinária dos vereadores. Após a discussão da pauta do dia, em concordância com os demais vereadores presentes, o presidente da câmara, Luiz Eduardo Costa concedeu a palavra em plenária as lideranças sindicais para falarem sobre a justa manifestação. Na tribuna os coordenadores da APLB Orlandy Pereira (Guaratinga) e Deusdete Baião (Delegacia Costa do Descobrimento / Porto Seguro) explicou os objetivos do movimento no município e agradeceu pela oportunidade de falar no plenário sobre a importância das reivindicações.
“Uma vez que a APLB Sindicato põe o bloco na rua é porque agente já cansou de esperar por parte da gestão. Nós protocolamos diversos ofícios em busca de diálogo com a gestão e até a presente data não obtivemos nenhuma resposta. E vamos sim fazer movimentos paredistas no intuito de sermos ouvidos. A gestora desrespeita a categoria e nós queremos respeito por parte dela”. Frisou Orlandy
“Sou filho de Guaratinga e quando venho aqui eu fico triste, porque retirar insalubridade de um grupo que ganha um pouco mais de um salário mínimo é vergonhoso e desumano. Então desde 2019 Guaratinga vem sofrendo. Então, a gente tem agora um compromisso com a nossa delegacia, de que todo movimento daqui pra frente, se não sentar com a gente, nós estaremos aqui novamente. A gente não vai se calar e a gente precisa da força de vocês”. Disse Deusdete cobrando apoio de todos os vereadores.
Os vereadores presentes na sessão foram Luiz Eduardo Costa, Wilky Santana, Natalino Amaral, “Edimilson da Cabeceira”, Gelson Almeida, “Gean Nunes”, Aparício Lacerda e Rodrigo Reis. Não compareceram os edis Paulo da Costa e Simone Almeida, com justificativas apresentadas pela presidência. Já o professor e vereador Hélio Marcos (Monte Alegre), representante nato do sindicato, não compareceu por conta das péssimas condições das estradas, que se agravaram ainda mais com as chuvas que cai a região.
Enfrentando a luta sindical em Guaratinga também estiveram presentes os coordenadores sindicais José Feliciano (APLB – Santa Cruz de Cabrália) e Ubiratan (APLB – Itabela). Uma nova reunião da APLB Sindicato Núcleo Garça Branca está marcada para a próxima terça-feira (07), onde novos rumos e ações poderão ser tomados, caso não haja nesse intervalo, abertura do diálogo por parte da gestão municipal.
Por: guarananet.com.br