Uma cidade sem biblioteca é uma cidade sem memória, sem identidade e sem alma. É assim que se encontra a cidade de Guaratinga, no extremo sul da Bahia, pois há mais de 30 dias a única biblioteca pública municipal, que atende os anseios culturais de toda a população se encontra fechada. A Biblioteca funcionava em um imóvel, na Avenida Alberto Costa Lima, que era alugado pela prefeitura municipal de Guaratinga.
Ainda não se sabe ao certo qual teria sido o motivo do fechamento, mas rumores apontam que o proprietário do imóvel onde funcionava a biblioteca, teria pedido a desocupação do local por falta de pagamento do aluguel do imóvel, e que o mesmo já se encontrava há meses com água cortada. Questionado, o Secretário Municipal de Educação de Guaratinga, Paulo Galdino Mares, disse que o fechamento da Biblioteca aconteceu por conta do vencimento do contrato com o proprietário do imóvel e que em poucos dias a casa de pesquisas e leitura retornaria ao seu funcionamento em outra localidade. Porém já tem mais de 30 dias.
Mas, como um contrato de imóvel, que é instalado uma Biblioteca Pública Municipal pode encerrar antes mesmo do final do ano letivo, já que ela também deve atender a toda comunidade?
Com o fechamento da biblioteca, estudantes de escolas locais, bem como os leitores adeptos contaram a nossa reportagem, que estão preocupados com o acervo de cerca de 3 mil exemplares, entre jornais, revistas e livros que contam a história geral do Brasil, Estados, da cidade de Guaratinga, além de abrir as dimensões do conhecimento através dos contos épicos e líricos da literatura brasileira, dentre outras obras que certamente estão entregues ao tempo e possivelmente a poeira.
Outro constrangimento notado é a dificuldade encontrada por alunos das escolas da cidades, justamente na reta final do ano letivo, quando há tamanha necessitando de fazer pesquisas e trabalhos para o complemento de suas notas na caderneta escolar. Aqueles que tem condições está pagando para fazer os trabalhos em lan houses, os que não tem amargam a dura realidade desta desconsideração cultural na cidade.
A biblioteca que já foi uma das principais reivindicações de estudantes e professores, desde quando foi fechada de vez pela Administração do ex prefeito Ezequias Viana Braga, foi reaberta na gestão do ex prefeito Ademar Pinto. Agora, o patrimônio cultural da cidade, que deveria estar aberta a toda comunidade, mais uma vez fecha as portas a comunidade. Pelo jeito a falta de compromisso da atual Gestão Administrativa e educacional atropela o desejo daqueles que acreditam na cultura como forma de transformação de uma sociedade.
Por: Estevão Silva – guarananet.com