Um criatório particular da cobra surucucu, a mais venenosa das Américas, é mantido em um sítio de Serra Grande, cidade vizinha a Ilhéus, no sul baiano. A cobra pode chegar a até 4,5 metros de comprimento. Ao todo, o criatório tem 34 cobras. Souza se interessa por animais peçonhentos desde sua infância. Ele se mudou para a região para atuar como médico, e acabou se envolvendo com as cobras.”Um policia militar bateu na minha casa de madrugada e pediu que eu removesse uma cobra. Ele achou que eu iria ‘amarelar’. Mas, eu fiz uma remoção e virou referência”, lembra.
A partir daí, o médico passou a resgatar várias cobras. Uma ele soltou na natureza, e as outras manteve no criatório. Em 2003, o médico entrou com pedido de autorização para a criação junto ao Ibama, que ainda não respondeu em definitivo. A demora na autorização é pelo caso pouco usual. O Ibama afirma que precisava determinar a origem das cobras.
O médico desembolsa os custos com o criatório. A única atividade até agora foi a doação de dois gramas de veneno de surucucu para a Fundação Ezequiel Dias (Funed), um dos produtores de soro antiofídico no Brasil. O soro é produzido em uma fazenda em Betim-MG. O veneno da cobra é injetado nos cavalos. O organismo vai reagir e parte do sangue, plasma, contendo os anticorpos, é retirada e usada na produção do soro. (Informações: Correio)